Pedro Correia, presidente da AGES, também participou da Assembleia Geral Extraordinária realizada nesta terça (10) |
A
Secretaria da Educação do Estado da Bahia – SEC através do Diário Oficial do
Estado, publicou no dia 06 de Março a exoneração sumária da diretora do Colégio
Estadual Senhor do Bonfim, nos Barris, Andreia Sarraf. A comunidade escolar
surpreendida pela decisão, questiona a arbitrariedade da SEC, ainda precisa conviver com as brutas decisões articuladas
por setores da Secretaria da Educação. Ainda na mesma edição do Diário Oficial,
o gestor Jener Freire, oriundo do Colégio Estadual Presidente Costa e Silva, na
Ribeira, é nomeado para assumir até o final do mandato vigente que dura
oficialmente segundo prorrogação da SEC, até o dia 30 de Setembro. A
prorrogação vale para todos os mandatos de diretores e vices.
O
clima de tensão no Senhor do Bonfim só aumenta a cada intervenção da SEC. Na
manhã da segunda-feira (09), primeiro dia de aulas do ano letivo de 2015,
funcionários da Secretaria visitaram a Escola, um fato que podemos considerar
raro inclusive, já que sempre transpareceu o interesse pelo fechamento do
Colégio.
Lavínia Graciele, do Grêmio do CESB conduzindo a Assembleia |
A estudante Lavínia Graciele dirigente do Grêmio Estudantil
enfatiza a necessidade de mobilização dos estudantes para garantir a autonomia
das Eleições Diretas, nas quais, a própria Andreia Sarraf foi eleita e
reeleita: “Para que serve as eleições diretas já que a nossa eleita foi tirada
do cargo assim de forma tão repentina?”. “É preciso garantir o avanço das
Eleições Diretas!” finalizou Graciele. Já Rafael Fonseca diretor da UBES que acompanha o caso, lembrou que a portaria da SEC de novembro de 2013 que
autoriza o uso de nomes sociais por parte de estudantes travestis e transexuais entrou em vigor anos depois do Senhor do
Bonfim já aceitar as matrículas com nomes sociais, ação implementada no Colégio
ainda no ano de 2009, com isso, o CESB se tornou referência no Estado pela
sensibilidade com a pauta: “Foi o único Colégio da Bahia a aceitar os nomes
sociais e isso nos posiciona para um projeto avançado de educação, a exoneração
de Andreia é uma derrota pra todos nós e para todas as nossas causas, compreendia os alunos, tem aluno no Colégio aqui que se aconselha com
ela, não tem como a gente aceitar esse tipo de decisão.” Pontuou Fonseca.
Pedro Correia, presidente da AGES, enfatiza a necessidade para a
defesa do Decreto
nº 11.218 de 18 de setembro de 2008, que instituiu as eleições diretas:
“Precisamos lutar para que o Decreto que já é um avanço, agora se torne lei
para que essa conquista histórica dos movimentos em defesa da educação pública
seja integralmente garantida. Reivindicamos que esse atual modelo de eleição
direta seja amplamente rediscutido com todos os seguimentos da educação, nesta
estrutura em que se encontra, o decreto ampliou direitos e ajudou a fortalecer
a participação dos seguimentos nas decisões dos rumos da Escola, avanço pontual
e importante, mas criou também relações viciosas e que não ajudam estabelecer o
amplo diálogo, já que muitas dessas relações se formaram no discussão
eleitoreira. Queremos eleições diretas de verdade! Onde todos os seguimentos da
comunidade tenham igual peso de participação! Que o voto do professor, do
estudante e do funcionário tenham o mesmo poder de decisão!” Pontou Correia que complementou: “Só assim
vamos consolidar a verdadeira democracia dentro da Escola pública baiana.”
Finalizou.
Nos próximos dias, junto ao Grêmio Estudantil, diversas mobilizações e
paralisações contra a decisão da Secretaria da Educação serão realizadas. A
principal reivindicação é o retorno imediato da diretora Andreia ao seu cargo
de direito.
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