terça-feira, 30 de abril de 2013

Artigo – O problema da educação pública não é só o professor mal remunerado. É segurança também! – Por Raquel Barbosa.


Dados oficiais sobre a segurança em nosso estado, mostram diversos avanços no setor, porém, esse avanço muitas vezes, não está suprimindo a crescente onda de assaltos e agressões nas mais diversas regiões da cidade onde se concentra um grande número de Colégios e consequentemente um maior fluxo de estudantes, estes afetados diretamente pelos malefícios da falta de uma política efetiva de segurança pública nas escolas.

Este aspecto relacionado à segurança pública nas escolas, traz a tona um outro debate não menos importante, que é a questão da violência nas escolas, infelizmente, algumas vezes, parte desses assaltantes que agridem e roubam estudantes, são oriundos muitas vezes da mesma escola que resolveu praticar o ato ilícito, se não, é de uma outra instituição vizinha. Este problema só será de fato combatido através de uma ação coordenada entre comunidade escolar e poder público, através da realização de campanhas de combate à violência, seminários e aumento do efetivo de segurança nas regiões fortemente afetadas.

Numa recente avaliação que realizamos, notamos que as regiões mais afetadas com a onda de violência são justamente áreas nobres como a região da Orla de Salvador e Centro da cidade, onde concentram um grande número de estudantes que em sua grande parte moram nas regiões periféricas da cidade do Salvador. Isso, porém, não quer dizer que essas regiões carentes não sejam atingidas por estes problemas, pelo contrário, porém, acredito que o fato da Polícia Militar atuar em grande escala nessas áreas periféricas, por outro lado, acabam mesmo que timidamente, inibindo as ações dos infratores, o que não é garantia de que as áreas periféricas são as menos afetadas.

Outro fator que apontamos recentemente é a falta de contingente por região da Ronda Escolar que na grande maioria dos casos, acabando não cumprindo um papel ostensivo, ou seja, chega aos locais, apenas após o acontecido, o que em nossa visão enfraquece o papel da política de segurança pública nas escolas. Sem dúvidas, é necessário o aumento do efetivo da Ronda Escolar nas regiões afetadas, como também, a presença em horários de grandes fluxos de estudantes (entradas e saídas) a presença de pelo menos dois policiais a paisana, para que seja garantida tanto a integridade física, quanto moral dos estudantes.

Reafirmo enquanto presidente da AGES, o nosso empenho e compromisso de juntos com o poder público, buscar cada vez mais ações coletivas para combater as mazelas que impedem o estudante da escola pública de ter acesso a uma educação pública, de qualidade e que nos forme como cidadãos e cidadãs conscientes tantos de nossos direitos, quanto de nossos deveres.

A estudante Raquel Barbosa é presidenta da Associação de Grêmios e Estudantes de Salvador – AGES e presidente do Grêmio Estudantil do Colégio Estadual Landulfo Alves.

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