COLÉGIO CENTRAL DA BAHIA |
O OF. Circular nº
01/SUPED/DIREP/CEDI que comunica a “mesclagem” dos componentes curriculares da
Matriz Curricular do Programa de Educação Integral – ProEIL no turno diurno do
Colégio Central, foi emitido no dia 27 de Fevereiro de 2014 com o intuito
manter os estudantes dentro do Colégio do turno matutino ao turno vespertino,
de forma integral, ou seja, com os componentes curriculares e atividades
aplicados de forma corrida, mas com o intervalo do almoço e do lanche a tarde
mantidos, sem precedentes para rediscussão.
A questão central é que o Ofício
Circular manterá a avaliação do estudante de forma contínua, de acordo com a
carga horária do Programa Integral, e isso já prejudica estudantes do Colégio
que há muito tempo é do ensino médio regular, ou seja, o estudante que antes
estudava no turno matutino obrigatoriamente terá que estudar a tarde, porém,
quem fizer algum tipo de estágio ou atividade no turno oposto terá que se
desligar do Colégio, escolhendo outro do ensino médio regular. O óbvio
aconteceu: o único turno que sobrou no Central, o matutino, também ameaça
fechar (pois já tem menos de 300 matriculados segundo a Escola), já que a
grande maioria dos estudantes realmente faz alguma atividade no turno oposto, a
orientação de se matricular em outra Escola já é dada dentro do Colégio, que
coincidentemente de última hora virou posto de matrícula da SEC. Sem saber o
que fazer, a direção do Colégio preferiu jogar para os estudantes a
responsabilidade de atrair gente, pois, estavam de mãos atadas pela SEC.
A tentativa falha da Secretaria
em aplicar o Programa Integral no Central, que historicamente é um colégio do
ensino médio regular e que portanto atende outro perfil de estudante, coincide
com uma série de movimentações da SEC para fechar outras instituições de ensino
no Centro da cidade. O mesmo já vem acontecendo no Colégio Senhor do Bonfim,
nos Barris, onde após perder o Centro Noturno Junot Silveira para o Teixeira de
Freitas que já faz parte do grupo das instituições com o índice mais estável de
matrícula entre todas do Centro da Cidade, após perder o programa, o CESB até
então vem lutando pra se manter, mas recentemente a SEC radicalizou e exonerou
sumariamente a diretoria eleita e reeleita do Colégio. A comunidade escolar
está dando as respostas a medida com mobilização e moções de repúdio.
Centro Juvenil de Ciência e Cultura |
Estas medidas da Secretaria da
Educação estão equivocadas e os estudantes soteropolitanos são contra, pois, ao
invés de buscar implementar medidas inovadoras como o CJCC no Central e o
Centro Noturno no Teixeira de Freitas, o movimento feito é para esvaziamento, o
que consequentemente pode superlotar as Escolas das regiões mais afastadas da
Cidade, como Subúrbio e Cajazeiras por exemplo, onde grande parte não conta com
uma estrutura de qualidade, já que os programas da SEC são voltados
majoritariamente para “vitrines” da Secretaria como o Aplicação Anísio
Teixeira, na Paralela e que divide espaço com o Instituto Anísio Teixeira –
IAT. É uma política centralizadora, não
dialogada com o conjunto dos movimentos, muito menos com a comunidade escolar.
A alegação é de que são decisões administrativas, mas como todas as decisões
administrativas do Governo exercem impacto direto na vida da sociedade, nada
mais justo que a sociedade exigir diálogo da parte do Governo.
O presidente do Grêmio do
Central, Eduardo Oliveira, faz ponderações sobre a decisão da Secretaria e
afirmou que a portaria afasta os estudantes que tem outras preocupações como o
estágio: “A portaria acaba tirando a oportunidade de quem tem outras
preocupações, principalmente quem trabalha, já que exige que todo mundo tenha que
fazer integral.” Pontua Oliveira que finaliza: “Isso já era esperado depois que
o Colégio se tornou centro integral, mas a portaria mesmo em vigor por mais de
um ano, só veio valer agora e todo mundo vai ter que reajustar os planos e as
matrículas também.” Observa. O presidente do Grêmio afirmou também que medidas
assim afastam os estudantes do Central e que a escola corre o risco de fechar: “Infelizmente
o Central tá caindo, medidas assim só afastam mais as pessoas ao invés de
atrair, os problemas não estão todos relacionados ao integral, é um conjunto de
coisas que empurram a Escola pra isso e desse jeito podemos fechar.” Finaliza.
Insatisfeitos, os estudantes do
Central já convocaram mobilização para tentar reverter a medida da SEC, uma
manifestação está marcada para a porta da Secretaria da Educação no CAB, para
esta terça-feira (17) as 09h da manhã, mobilizado pelas redes sociais. Quem
convoca manifestação para o mesmo horário e local é o Grêmio do Senhor do
Bonfim que vai protestar contra a exoneração sumária da diretora. O Presidente
da AGES, Pedro Correia, reafirmou a prioridade da entidade na construção do ato
nesta terça-feira: “A AGES construirá o ato da porta da SEC para mandar ao
Secretário o recado dos estudantes de que os órgãos da própria pasta, como o
Núcleo Regional de Educação 26, estão trabalhando na contramão do debate
democrático dentro das Escolas.” Pontua Correia que finalizou: “outra questão
grave é a situação dos funcionários terceirizados, que todo ano sofrem descaso
e desrespeito.” Finaliza.
No caso do Colégio Central, cabe
a Superintendência de Políticas para a Educação Básica da Secretaria da
Educação, procurar diálogo com a comunidade para rever a medida. O que ainda
não foi feito. É preciso que a SUPED compreenda que a implementação do Programa
Integral devem ser de acordo com a realidade específica de cada Colégio, se
fosse aplicado com a mesma intensidade como é aplicado nas regiões mais
centrais, no subúrbio e outras regiões. A política que implementou o Centro Juvenil
de Ciência e Cultura no colégio Central não chegou as regiões mais periféricas
de Salvador, onde poderia exercer um papel fundamental para a interação
Escola-Estudante, proporcionando um ambiente melhor para estudar, já que a
Escola passaria a ter mais atratividade. A SEC avança mas retrocede em seguida,
o que significa que é mais do que necessária uma mudança de postura,
principalmente no diálogo com os seguimentos da comunidade escolar.
A diretoria da AGES e os Grêmios
reafirmam a disposição ao diálogo, mas enfatiza a necessidade da SEC em fazer a
autocrítica e trabalhar em parceria para que os problemas em questão sejam
reavaliados e posteriormente sanados.
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