sexta-feira, 22 de abril de 2016

GRÊMIO ESTUDANTIL R' REVOLUÇÃO, REALIZOU VISTORIA E BUSCA MELHORIAS PARA COLÉGIO

Na manhã desta terça-feira (19/04), no Colégio Estadual Costa e Silva, o Presidente do Grêmio estudantil R’evolução, Nivaldo Lopes, e o Diretor Geral Antônio Jarbas e sua secretaria Ariane, realizaram uma inspeção na unidade escolar, passando nas salas, laboratórios, sanitários e corredores, diagnosticando os problemas mais agravantes que possam ser solucionados ainda neste semestre.

Complicações com a ventilação devido ao mau funcionamento de alguns ventiladores e a falta de zelo de alguns alunos, assim como quadros, portas e janelas quebradas. 

A limpeza escolar também foi pautada pelo Presidente.
Segundo o Diretor geral, esses problemas serão solucionados junto com a gestão escolar, para um melhor desenvolvimento da unidade.
O objetivo do Grêmio Estudantil é passar para gestão os problemas mais agravantes encontrados, para que sejam solucionados com êxito e de forma a favorecer os estudantes com salas apropriadas, ventilação e limpeza adequada.
Sarai Rodrigues - Diretora LGBT
Nivaldo Lopes - Presidente



ARTIGO - O GOLPE É PURO MACHISMO!

Como não ver que todo este ataque a uma presidenta legitimamente eleita pelo povo, que não tem seu nome em nenhuma das listas de propina nenhum crime cometido, como um ataque machista?
Desde o ”descobrimento” do Brasil quem sempre governou foram homens, sempre nos cargos de prestigio, enquanto as mulheres eram ensinadas a permanecerem em casa ou apenas como sombra destes poderosos homens, perdiam até sua identidade apenas identificada como: “ A mulher do deputado”  “a mulher do imperador” “a primeira dama”. No decorrer dos séculos as mulheres com muita luta foram conquistando seus espaços por direto, conquistando o direito ao voto, trabalhar fora de casa entre outras.

Mas em todo este tempo de “descobrimento” quando uma mulher ocupou um cargo de tamanho prestigio? Quando um homem imaginou que na cadeira presidencial estaria uma mulher, a frente de uma nação? Nunca! Pois bem ela chegou lá, (na verdade todas nós chegamos lá, a favor ou não do governo uma MULHER OCUPOU A CADEIRA PRESIDENCIAL E FOI REELEITA, representa toda a classe feminina, representa a vitória de todas as mulheres), sua vitória fez vibrar uma nação, manteve a esperança que todas nós podemos.

Mas sua vitória também acendeu a inveja, o ódio de uma classe elitista, machista e conservadora. Desde que foi eleita parte da oposição inconformada pediu recontagem dos votos, tentaram anular as eleições e passaram a conspirar pelo impeachment. Mas por que tudo isso? Por incompetência? Pera ai, como pedem isso por incompetência se ela acabara de ser eleita e nem mostrou serviço ainda? Será que estes inconformados realmente a acham incompetente ou apenas não querem aceitar que uma MULHER está no comando?

Sendo a favor ou não do governo Dilma, devemos abrir os olhos e barrar este golpe que está em curso. Observem quem está à frente deste processo, um homem investigado por corrupção e lavagem de dinheiro, com nome em diversas listas de propina, sem moral nenhuma para liderar este processo que começou com uma vingança pessoal, após ter o pedido da cassação de seu mandato. Querem usurpar o poder para qual não foram eleitos.

Em quantas listas de propina o nome da presidenta foi visto? Qual a base jurídica para seu impeachment? Qual crime a presidenta cometeu para ser afastada de seu mandato?

Cometeu o crime de melhorar a vida de milhões de brasileiros? De proporcionar que negros, pobres, LGBT’S cursem o nível superior? Coisa que para os fascistas e golpistas é um crime muito grave, preto sendo médico, andando de avião e estudando na mesma sala que seus filhos!

Chegou a hora de todas as mulheres se posicionarem ocupando as ruas, sendo maioria nestes espaços. Chegou a hora de todas as mulheres lutarem e defenderem a nossa maior conquista, e não deixar, que seja arrancada de forma descarada e com falsas acusações, não deixar que nossa maior conquista seja apagada da história por que estes machistas não querem nos ver no nível de igualdade ocupando os mesmo espaços que eles.

Demoramos 500 anos para ocupar um cargo de tanto prestigio, vamos esperar mais 500 anos para obter tamanha conquista? Vamos continuar aceitando que Machistas, golpistas, fascistas, homofônicos, nos digam que espaço devemos ficar?

Não! Vamos ocupar!

Vamos a luta, nenhum passo atrás!
Em defesa da democracia!
Em defesa da Mulher!


Cláudia Borges é diretora de finaças da AGES e Coordenadora Estadual do Coletivo ParaTodas – BA

DESTAQUE - EM DEFESA DA EDUCAÇÃO E DA DEMOCRACIA







“Lutar pela democracia é lutar pela afirmação de um projeto libertação popular”, defenderam os Movimentos e Organizações Populares, que participaram na tarde dessa última quarta-feira (13), de um “Ato em Defesa da Educação e da Democracia”.



A atividade aconteceu no Colégio Central, no bairro Nazaré, na capital baiana, para discutir e aprofundar o debate em torno do atual cenário político, assim como, apontar ações em defesa da democracia e contra o golpe.


Catarina Bahia - Presidenta da AGES

Na mesa de discussão estiveram presentes vários representantes de organizações, que pautam a educação como base política para construção de um projeto popular, entre eles: Rui Oliveira, presidente da APLB Sindicato, Renilda Daltro, da Educação Profissional da Bahia, José Antônio, da Educação Básica do Estado, o professor Sérgio Guerra, vice-presidente do Conselho Estadual de Educação, Catarina Bahia, Presidenta da AGES, Adelia Alcantara, Coordenadora de Politicas Educacionais da União Estadual dos Estudantes Secundaristas - UEES - BA e Ana Guedes, da Anistia Internacional e Comissão Nacional da Verdade.



Carlinhos Marighella, filho do lutador Carlos Marighella, também esteve presente, contribuindo nos debates e apontando as ruas como espaço de luta para avançar contra as estruturas conservadoras do capital.


Adelia Alcantara, Coordenadora de Politicas Educacionais
da União Estadual dos Estudantes Secundaristas - UEES

No evento foi apresentado um manifesto assassinado pela: Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Intersindical, MSTB, Unegro, Levante Popular da Juventude, Consulta Popular, DCE UFBA, APLB, SIMPRO, ASSUFBA, SISPEC, AGES, UEES, Coletivo Para Todos.



Esses movimentos e organizações já estão construindo diversas lutas em todo estado, pautando uma sociedade com mais direitos. Pensando nisso, afirmaram o compromisso de mobilizar o maior número de trabalhadores e trabalhadoras para estarem nas ruas na sexta-feira (15) e no domingo (17).



Confiram na integra o manifesto 

EDUCAÇÃO PELA DEMOCRACIA – EM DEFESA DA ESCOLA PÚBLICA 


Os avanços democráticos recentes no Brasil podem ser resumidos na construção do Estado de Direito, que consolida a Liberdade, os Direitos Individuais e Coletivos. No entanto, a Democracia e o Estado Democrático de Direito encontram-se sob ataque das forças mais reacionárias e retrógradas da política, do judiciário e da mídia golpista. As ameaças à Democracia estão centralizadas na tentativa de destituir a Presidenta Dilma Rousseff, legitimamente eleita, do cargo ao qual foi conduzida por mais de cinquenta e quatro milhões de votos de brasileiras e brasileiros. 

O Brasil, nos últimos 14 anos, experimentou avanços importantes na geração de emprego, na valorização do salário mínimo, na redução das desigualdades e principalmente para a Educação que resultaram na ampliação do acesso a esse direito elementar para Todas e Todos os brasileiros. É sabido que, no Brasil, uma sucessão de governos neoliberais negou sistematicamente a uma parte da população, especialmente aos mais pobres e aos negros, o acesso a várias etapas da educação formal, pela inexistência ou incipiência de políticas de ampliação e garantia destes direitos. Esta realidade vem sendo transformada desde que os governos Lula e Dilma implementaram amplas políticas de inclusão e democratização do acesso à educação, priorizando os que mais precisam da Escola Pública e da Universidade, a exemplo do FUNDEB, do Piso Nacional do Magistério, o Sistema Nacional de Educação, PNE, a Rede Federal e Estadual de Educação Profissional, ampliação do Ensino Superior. Apenas na Bahia, foram criadas a UFRB, UFOB, UNIVASF, UFSBA, IF Baiano, IFBa. 
Lutar pela Democracia é lutar pela reafirmação desse projeto, de mais direitos e de direitos iguais para todos. É defender o mandato e o governo da Presidenta Dilma Rousseff. 

Nesse sentido, a Frente Brasil Popular, entidades representativas dos mais diversos Movimentos Populares, Entidades Estudantis, Sindicatos, Universidades, Trabalhadores em Educação, que subscrevem essa Carta Manifesto, convocam Todas e Todos da sociedade civil democrática à defesa da Democracia. 



#EmDefesaDaDemocracia #NaoVaiTerGolpe #EducaçãoContraoGolpe #PorMaisAvanços #PorMaisDireitos #PelaEducaçãoPública



Fotos: Anderson Alves

POR RETORNO A NORMALIDADE DAS AULAS, ESTUDANTES VOLTAM A PROTESTAR!

Nesta última terça-feira dia 19 de abril de 2016, estudantes de diversos colégios do subúrbio ferroviário de Salvador, voltaram a protestar na sede da Secretaria Estadual de Educação, no centro administrativo da Bahia – CAB.

Cerca de 100 estudantes se deslocaram da região de Paripe, para cobrar providencias acerca de solução para o impasse dos trabalhadores terceirizados dos colégios. Trata-se que a mais de 15 dias os estudantes estão sem merenda, e o funcionamento dos colégios estão em plantão de meio turno ou seja só funcionam até a metade de cada turno.

Segundo Rafael Paiva, Diretor de Ensino Fundamental da AGES, os diretores de diversos colégios já avaliam paralisar as atividades por conta do acumulo de lixo oriundo da falta dos funcionários de limpeza, e que alguns colégios só estão funcionando por que os próprios estudantes estão executando a tarefa de limpas as salas de aulas “... Estamos numa situação muito delicada, não dá mais são vários dias em esquema de rodízio de aulas, sem merenda e com a paralização dos funcionários de limpeza, corredor e merenda é injusto estamos executando estas funções, precisamos fortalecer a luta destes trabalhadores...” afirmou Paiva.


Segundo a Secretaria da educação, os contratos com as empresas terceiradas foram todos cancelados e em um prazo de duas semanas uma nova empresa será contratada concentrado todos os funcionários nesta.

Ainda assim, para Valdinei Miller, Presidente do Grêmio do Colégio Maria Odette, Paripe, é um imenso desrespeito a situação humilhante que estes funcionários estão subordinados a contratos inconsistentes que não asseguram os direitos dos trabalhadores; “... Todos estes terceirizados tem contas pra pagar, não dá pra ficar dois, três meses de salários atrasados e os estudantes sendo prejudicados mais ainda...” Destaca Valdinei.


Os estudantes foram recebidos por uma comissão da Secretaria da Educação, que em reunião destacaram a gravidade da situação, que estão atuando pra
solucionar os problemas e que o próprio estado vai resolver o pagamento até a quarta-feira (20/04). Após sondagem identificamos que alguns funcionários já começaram a receber um mês de salário atrasado, vale transporte e alimentação.

GRÊMIO ESTUDANTIL TRANSFORMA ESPAÇO OCIOSO DE COLEGIO EM PRAÇA PARA OS ESTUDANTES


O grêmio estudantil do Colégio Estadual Mario Augusto Teixeira de Freitas, em parceria com a direção do colégio, revitalizou uma área pouco utilizada em uma praça de ambiente comum para os estudantes.

O espaço que foi pintado e em seguida grafitado ficou muito legal, pela opinião de diversos estudantes. Segundo Adélia Alcântara, presidenta do Grêmio, foram longos os debates para a liberação do espaço e finalmente fazer dele um local agradável onde nossos colegas possas vir para cá em aula vaga e no intervalo; “... Queremos que este espaço seja bem agradável atraente e com a cara da juventude, o grafite expressa muito isso, e já temos muitas ideias sugeridas pelos próprios estudantes de atividades e ações para este espaço que por horas chamaremos de cantinho da juventude...” comentou Adélia.


Para Matheus Santana, diretor de cultura da AGES, a iniciativa do Grêmio pode ser exportada para diversas outras instituições de ensino; “... O bacana desta ação é a propostas de transformar espaços ociosos em locais agradáveis para os estudantes e que essa ideia pode ser disseminada em várias outras instituições de ensino, estabelecendo espaços de cultura, leitura ou até mesmo de entretenimento entre os estudantes e propostas de desenvolvimento sócio educacional, em resumo a expressão da arte e criatividade da juventude deixando nosso colégio com um pouco mais  de nossa cara com nossas linguagens..." destaca Matheus.


O Grêmio Estudantil busca com esta iniciativa, incentivar a convivência dos estudantes e que esta ação sirva de exemplo para diversas outras instituições como exemplo de melhor aproveitamento do ambiente escolar. 

sexta-feira, 15 de abril de 2016

ESTUDANTES OCUPAM AS RUAS NO SUBÚRBIO FERROVIÁRIO, EM DEFESA DOS TERCEIRIZADOS E PELO RETORNO DAS AULAS




Na última sexta feira (08/04) centenas de estudantes dos colégios estaduais Barros Barreto, Almirante Barrosos, Edson Tenório, Sete de Setembro, Monteiro Lobato, Carlos Barros, Prof.ª Maria Odete e Anfrisia Santiago,  no subúrbio ferroviário se concentraram na praça João Martins em Paripe para dar início a mais um protesto contra o não pagamento dos funcionários terceirizados em greve a mais de uma semana.


Os estudantes começaram a se concentrar por volta das 07:30h e ás 10:00h iniciaram o protesto que teve como destino a BA – 528 onde fizeram bloqueios parciais. Os estudantes permaneceram no local até pouco mais do meio dia e ao final realizaram uma grande plenária convocando outro ato para a secretaria da educação no próximo dia 19 de abril ás 10:00h na frente da secretaria da Educação, no Centro Administrativo da Bahia - CAB (Paralela). 

Os estudantes para além da pauta da cobrança do pagamento dos trabalhadores terceirizados, denunciaram também as condições precárias das instituições, seja na questão da infra estrutura seja no atendimento das expectativas dos estudantes quanto a falta de professores, fardamento, livros e recursos para merenda escolar. 

segunda-feira, 4 de abril de 2016

ESTUDANTES REALIZAM PROTESTO POR FALTA DE LIMPEZA EM COLEGIO DE VALERIA



















Na manhã desta segunda-feira(04/03) estudantes do Colégio Estadual Noêmia Rego, realizaram uma manifestação devido a condição que encontraram a instituição quando chegaram, lixo pra todo lado, banheiros e salas de aula sujos além da falta de funcionários de apoio.

Cerca de 200 estudantes bloquearam vias próximas a instituição de ensino e com cartazes e palavras de ordem denunciavam as condições precárias do colégio. O protesto durou por mais de duas horas e ao terminar o gestor do colégio convocou uma reunião extraordinária pra debater a situação com uma comissão formada, por estudantes, professores e funcionários.

Com a paralisação dos funcionários terceirizados, devido a falta de pagamento de seus salários, agravou mais ainda a situação, comprometendo as áreas de limpeza e merenda do colégio.


Os estudantes se organizam para realizar um outro protesto em sentido a secretaria da educação caso a situação não seja resolvida.

sábado, 2 de abril de 2016

NOTA PÚBLICA “Tirem às mãos dos nossos símbolos de resistência!”

ASSOCIAÇÃO DE GRÊMIOS E ESTUDANTES DE SALVADOR – AGES

NOTA PÚBLICA

“Tirem às mãos dos nossos símbolos de resistência!”


A Associação de Grêmios e Estudantes de Salvador – AGES, entidade de representação dos estudantes secundaristas de nível fundamental, médio, técnico e pré-vestibulandos da cidade do São Salvador, vem por meio desta nota oficial reafirmar sua posição acerca dos seguintes fatos:

Na terça-feira 29 de março de 2016 mais uma estudante negra foi vítima do racismo institucional que infelizmente ainda impera em nossas instituições, principalmente na rede educacional de ensino do Estado da Bahia. A estudante Laís Correia de 16 anos, do Colégio Estadual Presidente Costa e Silva, na cidade baixa, foi arbitrariamente impedida de ingressar nas dependências de uma Instituição Pública simplesmente por usar um adereço que é um dos símbolos histórico de resistência do povo negro: o turbante. Com base na Portaria nº 0557/2011, o vice-diretor da instituição de ensino, Prof.º Celso, constrangeu a estudante pelo fato da mesma adotar o adereço, e além do constrangimento social a qual a estudante foi submetida, também fizeram parte do repertório da repressão da administração do Colégio até mesmo ameaças de processo por supostas calúnias e difamações, pois, a mesma constrangida com o fato, resolveu reagir de forma acertada ao denunciar o episódio em suas redes sociais e acionar entidades de representação. Foi o que bastou para a causa de Laís e de tantas outra(o)s estudantes que sofrem diariamente com o preconceito por usar o turbante e diversas outras descriminação, ganhar repercussão e apoio dos colegas nas redes sociais e o então arbitrário vice-diretor, abusar de sua autoridade.

Já que o gestor se baseia na portaria da SEC para discriminar racialmente pelo uso do adereço, resolvemos recorrer a mesma portaria e algumas leis vigentes no país para a desconstrução deste discurso fajuto de “regras são regras e ponto”, de acordo com as próprias interpretações.
O inciso II do artigo 4º da Portaria nº 0557/2011 não deixa dúvidas: “o uso de peças de vestuários distintas do uniforme escolar descrito nos artigos 2º e 3º desta Portaria, por motivo de etnia ou religião do estudante ou, ainda, quando a justificativa residir em razões de saúde ou em face de situações de calamidade pública, catástrofes, desastres ou outras situações de caso fortuito ou força maior”.

O Inciso III do mesmo artigo é ainda mais claro: “o uso de adereços como componentes do vestuário, desde que a motivação resida na preservação dos valores, crenças, culturas e etnias.”, ou seja, ao recorrermos à história da cultura afro, podemos perceber que o turbante surge para o movimento negro como um resgate da estética e da cultura dos ancestrais e politicamente, simboliza a resistência cultural dos descendentes dos africanos escravizados no Brasil. Para além disso, os turbantes e torços também têm forte papel nas religiões de matriz africana, como forma de proteger o Ori, que caso o vice-diretor não saiba o que significa, é um importante conceito metafísico espiritual e mitológico para os Yorubás, identificado no jogo do merindilogun pelo odu ossá e representado materialmente pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado Igba Ori, portanto, o uso do turbante não deixa – nem de longe – de exigir o que a própria Portaria prega quando refere-se a preservação dos valores, crenças, culturas e etnia.

Mas para além da tão aclamada Portaria, que na verdade é usada de forma subjetiva por gestores racistas com o intuito de reprimir estudantes que usam turbantes, recorreremos a uma legislação ainda maior, trata-se da Lei 10.639/03 que estabelece novas diretrizes curriculares para o estudo da história e cultura afro-brasileira e africana, onde por exemplo, é tarefa tanto dos professores, quanto dos gestores, ressaltar em sala de aula a cultura afro-brasileira como constituinte e formadora da sociedade brasileira, na qual os negros são considerados como sujeitos históricos, valorizando-se, portanto, a cultura, os costumes e as religiões de matrizes africanas. Podemos afirmar com toda propriedade, portanto, que tanto a Secretaria da Educação do Estado da Bahia, quanto a administração do Colégio Estadual Presidente Costa e Silva, desrespeitaram a Lei e isso certamente é passivo de uma representação coletiva no Ministério Público do Estado da Bahia e órgãos competentes, medida esta que não deixa de ser avaliada tento em vista a persistência e existência do racismo institucional, onde o caso de Laís não é um fato isolado e sim mais de vários, e já que é pra punir, que para além do constrangimento público o gestor seja enquadrado na forma da lei no que diz respeito ao crime de racismo, e como a estudante é de menor, que se aplique as sanções do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, para salvaguardar preservando a integridade da estudante e sua condição social perante a sociedade.

Como se não bastasse desconhecer a legislação vigente, o vice-diretor Celso, na manhã desta sexta-feira 1º de Abril de 2016, ao reunir-se com a  estudante Laís Correia junto ao seu responsável, a presidenta da AGES, Catarina Bahia, o presidente do Grêmio Estudantil da Instituição, Antônio Millet e a secretária geral da AGES, Stephane Souza,  para discutir a repercussão do fato, mostrou-se a todo instante impaciente, chegando ao nível de insinuar que “medidas seriam tomadas fora da Escola” na tentativa de intimidar os todos presentes na reunião, além de ficar perceptível que a todo instante havia um processo de manipulação de interpretação da Portaria e das leis vigentes a seu favor numa tentativa sem sucesso de justificar as suas atitudes, como também, explicitando o abuso de autoridade de sua parte, chegando a apelar inclusive, para a pressão psicológica da jovem e do seu responsável com as alegações de que estaria sendo caluniado e difamado e que ele abriria um processo judicial para isso.

 Este tipo de atitude não será tolerado, nem da parte do gestor em questão, muito menos das tentativas de explicações superficiais da Secretaria da Educação que em nota à imprensa baiana, acusa a estudante de se retirar da Escola por vontade própria, quando na verdade, foi o próprio vice-diretor Celso, que barrou arbitrariamente sua entrada. O Governo da Bahia através da SEC diante de tal situação deveria ter o mínimo de respeito a situação constrangedora pela qual foi submetida a estudante, que sofreu sim crime de racismo, fato grave e que é previsto no Código Penal Brasileiro, ao invés de defender a indefensável e a imoral postura do então vice-diretor que além de cumprir tal papel, ainda carrega consigo a formação de educador, porém, neste caso cumpriu o infeliz papel do opressor.

A Secretaria da Educação deveria também dedicar tais esforços para a implementação efetiva da Lei 10.639/03, a fim de ajudar a formar a consciência de estudantes, gestores e professores na Bahia para com a cultura e os costumes de matriz africana, pois, são muito, muito raras as Escolas Públicas em todo o Estado que aplicam a lei da afroeducação em sua grade curricular, com tudo o que buscamos e lutamos é para que nossas história e a resistência e luta do povo negro, não seja lembrada nas instituições de ensino apenas no dia 20 de novembro, mais sim em todos os dias.
Temos a clara compreensão de que houve sim crime de racismo e que as medidas cabíveis devem, sem exceções, serem tomadas em respeito a história, a tradição, aos direitos conquistas e a resistência do povo negro no combate ao racismo e a intolerância religiosa, por isso, convocamos o conjunto dos estudantes secundaristas de São Salvador para ampliar ainda mais o TURBANAÇO a partir da próxima semana como trincheira de resistência a mais este típico caso de racismo institucional para que não se repita no espaço da produção do saber a opressão pela qual foram submetidos nossos antepassados.

A desinformação e a omissão não irão prevalecer e juntos, iremos resistir para que não encostem em nossos símbolos de resistência e luta a qual buscamos por reparação histórica.

Esta nota tem a finalidade de denunciar os remendos continuados do fato e de prestar os devidos esclarecimentos acerca da interpretação da portaria 0557/2011, legislação vigente, da leia 10.639/03, estatuto da igualdade racial e da Criança e do Adolescente, contrapondo a nota pública da Secretaria da Educação sobre o fato.   
Saudações Democráticas e Estudantis,

Salvador, 1º de Abril de 2016


Direção da Associação de Grêmios e Estudantes de Salvador – AGES



Acompanhe a mobilização dos estudantes pelo álbum de fotos do TURBANAÇO no link baixo;

https://www.facebook.com/media/set/?set=a.1352676071424493.1073741833.408860892472687&type=3