Na
manhã desta ultima terça-feira (01/07), o reitor da Universidade do Estado da
Bahia, professor José Bites, recebeu no gabinete da reitoria diretores da
Associação de Grêmios e Estudantes de Salvador (AGES) e representações de
Grêmios Estudantis do Subúrbio Ferroviário e de Cajazeiras, a pauta do encontro
é a implantação do campus da UNEB nestas regiões, uma reivindicação histórica dos
estudantes destas localidades.
Segundo
o presidente da AGES, Pedro Correia, a implantação da UNEB no subúrbio
ferroviário será um avanço fundamental para a consolidação da política de
democratização do ensino superior: “esta sempre foi uma pauta do conjunto do
movimento estudantil, como também da própria comunidade local, um campus da
Universidade do Estado da Bahia no Subúrbio e cajazeiras é sem dúvidas
consolidar a política de democratização do acesso ao ensino superior, os
estudantes secundaristas da região que completarem o ensino médio, com toda
certeza vão querer ingressar na Universidade que está logo ali ao lado, perto
de casa.” Pontua Correia. Participaram do encontro também Rafael Fonseca,
diretor da UBES – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, além de
lideranças estudantis do próprio subúrbio e de cajazeiras.
A
criação de um campus universitário na suburbana é uma conquista que entrará
para a história, pois, facilita a acessibilidade de milhares de estudantes na
universidade, ajudando na real democratização do ensino superior, além do simples
aumento de vagas, que não garantem que todas as parcelas da população tenham
acesso à mesma, principalmente o jovem trabalhador dos bairros periféricos.
As
Universidades sempre foram criadas de forma elitista, privilegiando os bairros
nobres e mais centrais, uma lógica que exclui a população que vive nos
subúrbios e periferias pela dificuldade de acesso e condições de permanência. A
dinâmica universitária exige do estudante tempo e dedicação no ambiente
universitário, o que necessita de condições financeiras, condições que na
maioria das vezes faltam aos estudantes com esse perfil, onde um campus perto
do seu local de residência ajudaria bastante a reduzir os efeitos da
desigualdade social que os restringe em alguns aspectos a um ensino superior de
qualidade. Sem contar o estudante trabalhador que cursa os cursos noturnos, que
enfrenta dificuldades no transporte público na volta pra casa, após as 22:00h é
extremamente difícil o retorno a sua residência, e a falta de segurança, além da
rotina desgastante, que pela distância da faculdade pra casa os forçam a irem
direto do trabalho para a aula, fazendo muitos evadir da universidade.
Compreendendo
a importância desse processo, o estudante Leandro Loyola do subúrbio
ferroviário e também coordenador do movimento estudantil pela AGES da região,
agradeceu emocionado ao Reitor da UNEB, pela iniciativa, por ouvir e atender ao
pleito dos estudantes de uma forma democrática e participativa.
Durante a conversa com os
estudantes o reitor José Bites de Carvalho, sinalizou o interesse da
administração da universidade em implantar um campus avançado da UNEB tanto no
subúrbio ferroviário, quanto na região de Cajazeiras, em Salvador. As primeiras
iniciativas para o desenvolvimento já foram tomadas, a administração da UNEB
solicitou o cadastro ao Instituto Anísio Teixeira (IAT) para gerir pólos de
Educação a distância (EaD) no subúrbio ferroviário, em Cajazeiras e na cidade
de Canudos, essas são as três primeiras localidades que a UNEB tem o interesse
em implementar os campi avançados e a instalação dos pólos EaD são a primeira
iniciativa da UNEB para dar início ao desenvolvimento de um trabalho.
Segundo o Reitor, a
universidade tem autonomia para implantar e gerir os pólos de Educação a
Distância, já a consolidação de um campus, não depende só da iniciativa da
administração da universidade, mas, de uma autorização e contrapartida do
Governo do Estado da Bahia. O Reitor ressaltou que se houver uma sinalização do
governo a respeito da implantação do campus universitário nessas localidades, a
UNEB tem interesse e estrutura técnica para desenvolver e atender a demanda.
Para além da
discussão da possibilidade de implantação dos novos campi da UNEB, o reitor
apresentou alguns avanços que a UNEB teve nesse início de gestão e que
interferem diretamente no acesso ao ensino superior que é uma demanda de
interesse de todos os presentes na reunião. De acordo com o reitor a discussão
sobre a ampliação de vagas ofertadas pela UNEB para o Sistema de Seleção
Unificada (SISU) tem avançado, a pretensão é que para o próximo vestibular 50%
das vagas sejam oferecidas pelo SISU, hoje a UNEB oferece 20%. Além disso, a
administração da universidade junto ao fórum de reitores e o Governo do Estado
vêm discutindo a criação de um programa específico de assistência estudantil
para a educação superior, “Precisamos qualificar o acesso e a permanência.”
disse o reitor.
Ao fim da reunião
também foram discutidas as necessidades de avanços nas políticas internas de
assistência estudantil e necessidade urgente da construção das residências
universitárias. Segundo o reitor os primeiros recursos do Programa Nacional de
Assistência Estudantil (PNAEST), oriundas da aderência ao SISU, já estão na
conta da UNEB e serão feitas reuniões para planejar o destino da verba. A
ampliação da oferta de vagas pelo SISU também ajuda a ampliar as verbas vindas
do PNAEST, o que colabora para o desenvolvimento de uma melhor política de
assistência estudantil para a universidade.
O
Reitor por sua vez, reafirmou que a UNEB já esta preparada que conforme indicação
da AGES em momento anterior já vistoriaram alguns colégios em vista da
possibilidade da instalação do campus nos bairros de Periperi e Paripe e que
agora aguarda a sinalização do Governo do Estado para que logo esse projeto se
torne realidade e os estudantes daquelas regiões possam gozar de uma
Universidade perto de suas residência e com qualidade. Ressaltou também da
importância de ter cursos que correspondam às demandas locais para contribuir
com o desenvolvimento econômico e cultural das comunidades e que seu foco esta
nos cursos tecnológicos.