domingo, 27 de abril de 2014

O que estão esperando?

"Era sexta-feira, 25 de Abril, por volta das 13h quando um rapaz foi sumariamente executado no estabelecimento ao qual era dono bem em frente ao Colégio Estadual Senhor do Bonfim, nos Barris, onde estudo. O motivo da execução? Sinceramente não sei, mas a sensacionalista imprensa do meio dia com certeza se encarregou de expor os supostos motivos do assassinato. Pois bem, a questão fundamental é o local do ocorrido, bem em frente a uma Escola pública, que inclusive, junto à outras Escolas do centro da cidade, organizaram ano passado uma grande mobilização por mais segurança, participei da mobilização e entreguei junto aos meus colegas de militância estudantil um documento construído coletivamente com estudantes e professores, reivindicando policiamento ostensivo na porta das escolas a representantes da Secretaria de Segurança Pública, justamente pelo fato da criminalidade assolar o centro da cidade, que concentra diversas escolas de ensino fundamental e médio.

Mas.. isso não poderia ter sido evitado, se as nossas reivindicações tivessem sido levadas em consideração pelas autoridades? Mas o que será que estão esperando? Estão esperando o assassinato sumário de algum estudante? Nossas Escolas não tem segurança alguma! Estamos a mercê da criminalidade bruta, que vem afastando o estudante da Escola da pública. Questiono a Polícia Militar da BA e as demais autoridades do Estado: porque temos que conviver com a insegurança? Porque algumas instituições de ensino particulares conta até mesmo com viaturas policiais na porta, mas nós ficamos a mercê da sorte? Somos piores em que? Ou é o simples fato de sermos estudantes em grande parcela negros, pobres e moradores da periferia da cidade?

Pelo visto as nossas autoridades só trabalham a base da pressão, e nós estudantes somos bons nisso quando ocupamos as ruas para lutar pelos nosso direitos, mas o alto escalão do governo, que trabalham a base duma sala fechada, com ar-condicionado, acreditam que combater violência nas Escolas é na base de um discurso puramente teórico, sem prática alguma e ainda por cima, detestam quando vamos aos milhares às ruas. Se é assim que querem, assim será! Faremos pressão e mais pressão, por um direito que é de todo mundo: o direito a segurança pública."

*Lucas Matheus é presidente do Grêmio Estudantil do Colégio Estadual Senhor do Bonfim e vice-presidente da Associação de Grêmios e Estudantes de Salvador - AGES. 

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