Equipe do Grêmio Estudantil do CESB que participou do mutirão de limpeza |
A novela da falta de pagamento
aos funcionários terceirizados que prestam serviços as escolas públicas do
Estado vem mostrando que não pretende chegar ao fim tão cedo. Esse jogo de empurra entre Governo do Estado
e empresários do setor vem prejudicando o funcionamento das Escolas em várias
regiões de Salvador. Nesta quinta-feira (20) se não fosse à vontade coletiva
dos estudantes do Colégio Estadual Senhor do Bomfim, nos Barris, organizados
pelo Grêmio Estudantil, a instituição permaneceria fechada como já vem
acontecendo desde o início da semana (grande parte devido à paralisação
nacional dos professores convocados pela Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Educação). O mutirão organizado pelos estudantes garantiu que
uma parcela dos estudantes do CESB tivessem suas aulas ministradas normalmente,
mas a realidade ainda é dura e como sempre, não há previsão alguma de que os
salários dos trabalhadores terceirizados sejam regularizados.
O presidente do Grêmio Estudantil
do CESB, Lucas Matheus, que também é vice-presidente da AGES, observa que a
situação ainda está longe de se normalizar: “Não há previsão e a Secretaria da
Educação parece que não faz questão de se posicionar. Já começamos o ano letivo
atrasado devido a ultima greve e mais uma vez enfrentar outra paralisação dos
terceirizados é no mínimo irresponsabilidade do Estado com a Educação pública.”
Pontuou Matheus que finalizou: “Portanto, cabe a nós estudantes garantir
minimamente as condições para as nossas aulas, afinal, professor tem, equipe
gestora também tem, o que não tem é funcionário porque o Governo ainda tá na
quebra de braço com empresários irresponsáveis.” Afirmou.
A previsão das Escolas é que já
na próxima semana o ano letivo começasse a todo vapor, mas muitas instituições
terão que se readaptar a mais este capítulo dessa novela interminável. O modelo
de terceirização empregado no Brasil, além de desrespeitar a classe
trabalhadora com arrocho salarial e péssimas condições de trabalho, ainda deixa
a rede pública de ensino refém da boa vontade de empresas sem escrúpulos, que
só visam o lucro fácil das licitações abertas pelos governos e não dão
garantias mínimas aos trabalhadores de estabilidade no emprego. Infelizmente
ainda é uma triste realidade combatida inclusive pela Central Única dos
Trabalhadores que vem dialogando com a classe os malefícios da terceirização,
porque afinal, benefícios mesmo, só para os empresários e as contas bancárias
de suas empresas que na grande maioria das vezes, fingem não saber o que
significa o que é a legislação trabalhista.
Estudante limpa sala de aula durante mutirão |
Ao exemplo de cidadania dado
nesta quinta (20) pelos estudantes do Colégio Estadual Senhor do Bomfim, cabe o
respeito e saudações tanto do movimento estudantil organizado, quanto da
própria equipe gestora da instituição que encontra nestes estudantes a vontade
de fazer um trabalho cada vez melhor e com o apoio do conjunto da comunidade
escolar. Já ao Governo e as empresas terceirizadas, cabem as criticas e uma
profunda reflexão do quão prejudicados são tanto os trabalhadores assalariados
e os estudantes, que ainda enxergam na escola pública a oportunidade de
ingressarem na Universidade.
Portanto, não temos a menor dúvida de que esta
lamentável situação ainda está longe (infelizmente) de terminar, o que exigirá
do movimento estudantil organizado uma atuação contundente e firme para
combater a precarização de uma classe historicamente afinada com as lutas
estudantis.
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