Meu nome é Ana Vitória e sou uma mulher negra, feminista e favelada. Talvez eu seja tudo que a sociedade rejeita, porque além das coisas que citei, sou lésbica e candomblecista. E aí, mulheres? Será que se eu estiver sendo assediada ou quase estuprada, vocês iriam me defender?
Hoje eu venho falar sobre o empoderamento da mulher preta e a sororidade entre as mulheres.
É muito comum ouvir insultos vindos de mulheres, como nós, o que é muito triste. Uma vez eu li que a falta de informação enfraquece a mente e a cada dia que passa venho percebendo a veracidade dessa frase.
A sororidade pode ser definida como o sentimento que une as mulheres em uma rede de solidariedade, empatia e companheirismo, e esse sentimento passa a ser desenvolvido através do conhecimento. Talvez se sairmos um pouco do comodismo que nos sufoca e não nos deixa crescer, saberemos realmente quem são Maria da Penha, Maria Fernandes, Malala Yousafzai, Jyoti Singh e Eliane de Grammont. Também saberemos quem são Leila Diniz, Dandara, Maria Quitéria de Jesus, Rita Lee e Maria Bonita. Talvez se deixássemos os padrões impostos por uma sociedade cruel e machista de lado, iríamos realmente entender que o que é feito conosco é desrespeitoso e desumano, e que quando se trata de mulher, envolve cada uma de nós.
Então mulherada, sacode essa poeira e vamos recuperar o tempo perdido! Vamos ler, tratar de aprender e mostrar pra essa sociedade que só estamos querendo ocupar um espaço que é nosso, porque se quiséssemos vingança, aí sim seria difícil de aturar.
Ana Vitória
Presidenta da Associação de Grêmios e Estudantes De Salvador-AGES
Diretora De Representações Estudantis Secundaristas Da União Estadual Dos Estudantes- UEES.