terça-feira, 7 de junho de 2016

ESTUDANTES OCUPAM DIREÇÃO DE COLÉGIO CONTRA SUSPENSÃO


Os estudantes do Colégio Estadual Mario Augusto Teixeira de Freitas, juntamente com o Grêmio Estudantil, ocuparam por toda a amanhã da segunda-feira (06/06) a direção do colégio contra o ato de suspensão aplicado pela direção do colégio aos estudantes que organizaram ato contra a cultura do estupro e o machismo, na última sexta-feira.

Indignada com a atitude, Adélia Alcântara Presidenta do grêmio estudantil, questionou o motivo do porque ela e as meninas que fizeram o ato iriam ser suspensas pelo ato de terem na apresentação tirado a camisa e ficado de sutiã; “... Todos os dias os meninos jogam bola sem camisa, circulam pela escola também sem camisa, e pelo fato de termos contracenado um ato de denuncia a cultura do estupro e ao machismo seremos punidas? Quer dizer que os meninos a direção apenas adverte e nós somos suspensas?...” Questionou Adélia.

É preciso compreender o caráter e circunstancias da luta feminista, não queremos ser diferentes de ninguém, desconstruímos o machismo principalmente as suas práticas, não achamos que os meninos devam ser punidos até por que estão jogando bola e as vezes precisam trocar a camisa, assim como as meninas que também jogam bola ou praticam outros esportes, mais dizer que elas serão punidas com suspensão por que construíram uma intervenção política e que não é uma postura de meninas comuns isso sim é um absurdo, destacou Catarina Bahia, Presidenta da AGES.

Após a alegação cerca de 70 estudantes ocuparam a direção do e encerram as atividades administrativas do colégio até que a direção revogasse as suspensões o que só aconteceu no início da tarde.   

Fato é que o Teixeira de Freitas é um colégio de gestão conservadora altamente preconceituoso. Em 2014 na semana da consciência negra uma estudante foi impedida de entrar no colégio de turbante e foi obrigada pela direção a provar via ofício de seu terreiro que ela frequentava e que era filha de santo. Em 2015 e neste ano a coordenação pedagógica passou a ligar para os pais de estudantes que tinham o comportamento Lgbt na escola os chamando para conversas informais detalhando a situação e comportamento de seus filhos chegando a insinuar se os responsáveis acompanhavam seus filhos com bastante atenção. Um absurdo, sem falar na perseguição dos gremistas por suas posturas de questionamentos a situações negativas e pertinentes a forma administrativa e pedagógica do colégio.
Diretoras da AGES e militantes se direcionaram de imediato ao colégio e um ato foi organizado contra a postura da direção. No início da tarde as suspensões foram canceladas e uma denúncia foi encaminhada a secretaria estadual de educação, que já acompanha outras queixas principalmente relacionadas as posturas da coordenação pedagógica.


Nenhum Ato de Machismo, Racismo ou LGBTfobia passará, nem no Teixeira de Freitas e em nenhuma instituição de ensino que a AGES estiver militância!

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