II Jornada de Lutas da AGES 2014 |
Historicamente
a rua é o espaço mais democrático para a juventude reivindicar, gritar por mais direitos. Desde a fundação da AGES em 17 de Setembro de 2004 sua carta de
fundação mantém princípios fundamentais para a construção do movimento
estudantil secundarista, e um desses princípios é a rebeldia conseqüente da
juventude que historicamente enxerga na rua o melhor espaço para expressar
livremente seus anseios. As mobilizações secundaristas mais marcantes de
Salvador pós Revolta do Buzu 2003, foram protagonizadas por Grêmios Estudantis
organizados, por estudantes revolucionários, que acreditam num modelo de educação
melhor, mais avançado, e esses estudantes acreditam que essa luta só é feita de
forma coletiva, organizada e na base, ou seja, em cada sala de aula, em cada
Escola, em cada região da cidade. Essa é a essência da AGES.
Pedro Correia, presidente da AGES (a dir) e João do Texas (a esq) |
E
foi com este sentimento que a estudantada ocupou diversas regiões de Salvador
simultaneamente no último dia 10 de Setembro com a II edição da Jornada de
Lutas da AGES que surgiu necessariamente para manter o estado de mobilização
dos estudantes secundaristas em consonância com as Jornadas nacionais. Foram 04
regiões distintas de Salvador, onde os secundaristas organizados marcharam em
defesa do Petróleo do pré-sal, do Plano Nacional de Educação, do Pronatec e
diversas outras conquistas históricas da educação, como também apresentamos
mais reivindicações, novos anseios, novas lutas pela Escola pública que queremos. O estudantes do Colégio Estadual Mário Augusto Teixeira de Freitas, Pedro Correia, presidente da AGES avaliou a realização da Jornada: "A Jornada de Lutas da AGES mobilizou a cidade, foram ao todo 05 mil estudantes ocupando as ruas de quatro regiões distintas de Salvador, isso reforça o poder de mobilização dos estudantes, significa que estamos sempre em estado permanente de mobilização na defesa do que lutamos". Pontua Correia.
Intervenção de Rafael Fonseca, diretor da executiva da UBES |
Todas
as Escolas do Centro de Salvador se mobilizaram, o ponto de partida do ato foi
no CEEP em Gestão Severino Vieira, onde o Grêmio Estudantil da instituição
mobilizou a comunidade escolar. Teixeira de Freitas, ICEIA, Central, Senhor do
Bomfim, Ypiranga, Manoel Novaes, Odorico Tavares ocuparam em peso a mobilização
que após sair do Campo Grande seguiu em marcha para a Praça da Piedade, espaço
histórico de referência e resistência dos movimentos sociais. Os cartazes
amostra, confeccionados dois dias antes em oficinas nas Escolas expressaram
ainda mais o sentimento de cada estudante. Rafael Fonseca, estudante do Colégio Estadual Manoel Novaes e diretor de Grêmios Estudantis da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas - UBES, destacou a mobilização e reforçou o compromisso da UBES no diálogo com os Grêmios: "A UBES parabeniza a AGES e todo o conjunto de Grêmios e estudantes que fez dessa mobilização uma das maiores jornadas de manifestação que Salvador já viu, não temos a menor dúvida de que só com o povo, os estudantes nas ruas, conseguiremos avançar na luta pela Reforma do Ensino Médio". Ressalta Fonseca.
Marcha dos estudantes saindo de Paripe rumo à Periperi onde o ato foi finalizado. |
Já
do outro lado da cidade, no bairro de Paripe a concentração aconteceu na Praça
João Martins, a manifestação foi ocupada por estudantes de mais de 12 Escolas
da região que seguiram em marcha até a Praça da Revolução em Periperi, dentre
as pautas do ato, os estudantes reafirmaram a defesa pela implementação de um
campus da Universidade do Estado da Bahia no subúrbio ferroviário, pauta
histórica que avançou após um forte período de rotineiras mobilizações,
culminando no grande encontro entre AGES, Grêmios Estudantis do subúrbio e o
professor José Bites de Carvalho, reitor da UNEB que já garantiu os primeiros
passos para o processo de instalação de um campus avançado, solicitando do
Instituto Anísio Teixeira para gerir pólos de educação EAD. Essa também foi uma
das principais pautas da Jornada no bairro de Castelo Branco que agregou
Colégios de toda região. O subúrbio e a região de Cajazeiras e Adjacências, são
prioridades para a implementação de campis avançados da UNEB, esse avanço é
fruto das mobilizações e reivindicações em defesa da pauta que tem o Diretório
Central dos Estudantes – DCE da UNEB, a UNE e UBES como parceiros desta que é a
principal conquista da AGES em 2014 que agregou o conjunto das organizações
estudantis em torno da pauta.
Mobilização dos estudantes em Pau da Lima e região. |
Em
Pau da Lima, na região da Paralela não foi diferente. Estudantes do David
Mendes Pereira, Aplicação Anísio Teixeira, Estadual Pau da Lima, Maria de
Lourdes e tantos outros marcharam até o Centro Administrativo, onde foi
protocolada uma audiência com o Governador Jaques Wagner para reforçar o pleito
dos estudantes pela implementação dos campis avançados da UNEB no subúrbio e em
cajazeiras, como também apresentar propostas para pautas centrais do movimento
estudantil, como a das eleições diretas para diretores e vice nas escolas
públicas, que propomos a rediscussão do atual modelo, nossa luta é pela aprovação
da lei que regulamenta as eleições diretas, com participação paritária da
comunidade escolar no pleito e menos burocracia para a inscrição de
candidaturas. Compreendemos que a eleição direta para diretores e vices deve e
pode ser o maior mecanismo democrático dentro da Escola pública, a importância
desse avanço é maior que a simbologia das candidaturas, é a inserção do
conjunto de toda comunidade escolar nas tomadas de decisões da Escola pública o
que está em jogo.
Bandeira da AGES e reivindicação de estudante |
Para
além das pautas locais, a II Jornada de Lutas 2014 aprofundou o debate sobre a
Reforma Política com financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais e
a defesa da Constituinte Exclusiva, a democratização dos meios de comunicação,
a Reforma do Ensino Médio, a defesa pela destinação de no mínimo 2% do nosso
PIB para a Cultura, o fim do vestibular, a defesa do ENEM, a criminalização da
homofobia, desmilitarização da Polícia Militar, pelo fim dos autos de resistência
e o combate ao extermínio da Juventude Negra.
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