A Associação de
Grêmios e Estudantes de Salvador – AGES, vêm por meio desta manifestar o seu
veemente repúdio a declaração preconceituosa e racista, dada pelo Secretário
Municipal da Fazenda da prefeitura de Salvador, Mauro Ricardo.
No dia 20 de Fevereiro, o secretário
ao tentar dar justificativas sobre as pessoas inadimplentes com a prefeitura
remeteu-se ao comparativo preconceituoso e racista, afirmando subjetivamente
que para a prefeitura cobrar tais dividas, “INFELIZMENTE” não poderia se
utilizar de métodos antigos e abolidos ao qual se fazia no Pelourinho.
"Antigamente
se botava as pessoas no pelourinho pra poder pagar as suas dívidas.
INFELIZMENTE hoje não é mais assim. Hoje é a Justiça. É a Justiça quem define e
o prazo é o prazo estabelecido pela Justiça."
Salvador sendo a cidade mais negra fora do
continente africano, marcada por diversas lutas de resistência e combate a
escravidão e ao extermínio do povo negro, não pode e nem deve admitir tais
afirmações. Sabe-se do processo histórico que o Pelourinho foi o espaço construído
para que os Senhores de Engenho demonstrassem o tamanho da sua força, poder, e
crueldade, protagonizando cenas de cobranças em formas de punições e torturas
contra os escravos negros que naquela época eram considerados
mercadorias rentáveis e de raça inferior.
As afirmações do
Secretário caracterizam um enorme desrespeito a toda população de Salvador, em
especifico aos negros e negras, ao qual é notório o direcionamento de sua fala,
Mauro Ricardo que também é investigado pela máfia do ISS, quando também foi secretário
de finança da prefeitura de São Paulo. A Prefeitura de Salvador tem se tornado
um marco em protagonizar constrangimentos a população desta cidade a exemplo o
polêmico reajuste do IPTU.
A AGES cobra do
prefeito de Salvador, ACM Neto, a demissão do secretário Mauro Ricardo e um
pedido de desculpas oficial que seja formalizado por esta gestão, a todo o povo
soteropolitano, como forma de minimizar a ofensiva afirmação do referido, onde
vale lembrarmos que mesmo descaso feito pela atual secretária de reparação racial
Ivete Caldas, que se negou a considerar este episódio preconceituoso, racista e
por não perceber nenhum posicionamento de sua vice-prefeita Célia Sacramento,
militante do movimento negro. Exigimos respeito desta gestão para com todo povo
negro desta cidade que em suas raízes não se omitiu e não se omitirá em tristes
episódios como este.
Salvador, 21 de
Fevereiro de 2014
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