quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Nota de Repúdio as declarações do Secretário da Fazenda de Salvador Mauro Ricardo

A Associação de Grêmios e Estudantes de Salvador – AGES, vêm por meio desta manifestar o seu veemente repúdio a declaração preconceituosa e racista, dada pelo Secretário Municipal da Fazenda da prefeitura de Salvador, Mauro Ricardo.
No dia 20 de Fevereiro, o secretário ao tentar dar justificativas sobre as pessoas inadimplentes com a prefeitura remeteu-se ao comparativo preconceituoso e racista, afirmando subjetivamente que para a prefeitura cobrar tais dividas, “INFELIZMENTE” não poderia se utilizar de métodos antigos e abolidos ao qual se fazia no Pelourinho.

"Antigamente se botava as pessoas no pelourinho pra poder pagar as suas dívidas. INFELIZMENTE hoje não é mais assim. Hoje é a Justiça. É a Justiça quem define e o prazo é o prazo estabelecido pela Justiça."

 Salvador sendo a cidade mais negra fora do continente africano, marcada por diversas lutas de resistência e combate a escravidão e ao extermínio do povo negro, não pode e nem deve admitir tais afirmações. Sabe-se do processo histórico que o Pelourinho foi o espaço construído para que os Senhores de Engenho demonstrassem o tamanho da sua força, poder, e crueldade, protagonizando cenas de cobranças em formas de punições e torturas contra os escravos negros que naquela época eram considerados mercadorias rentáveis e de raça inferior.

As afirmações do Secretário caracterizam um enorme desrespeito a toda população de Salvador, em especifico aos negros e negras, ao qual é notório o direcionamento de sua fala, Mauro Ricardo que também é investigado pela máfia do ISS, quando também foi secretário de finança da prefeitura de São Paulo. A Prefeitura de Salvador tem se tornado um marco em protagonizar constrangimentos a população desta cidade a exemplo o polêmico reajuste do IPTU.

A AGES cobra do prefeito de Salvador, ACM Neto, a demissão do secretário Mauro Ricardo e um pedido de desculpas oficial que seja formalizado por esta gestão, a todo o povo soteropolitano, como forma de minimizar a ofensiva afirmação do referido, onde vale lembrarmos que mesmo descaso feito pela atual secretária de reparação racial Ivete Caldas, que se negou a considerar este episódio preconceituoso, racista e por não perceber nenhum posicionamento de sua vice-prefeita Célia Sacramento, militante do movimento negro. Exigimos respeito desta gestão para com todo povo negro desta cidade que em suas raízes não se omitiu e não se omitirá em tristes episódios como este.

Salvador, 21 de Fevereiro de 2014



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