segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

ELEIÇÕES PARA GESTORES E A TENTATIVA DE DESMONTE DA GESTÃO DEMOCRÁTICA NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO DA REDE ESTADUAL DE EDUCAÇÃO





A luta pela democratização da gestão escolar na rede estadual é histórica, marcada por intensas mobilizações, manifestações e muito dialogo no sentido de envolver cada vez mais a comunidade escolar, empoderada do poder de decisão sobre as instituições de ensino.
Sobre a palavra de Ordem, Escola Livre Sem Ditador, Quero Eleger meu Diretor, o movimento estudantil baiano e em especial o soteropolitano encampou a luta pela eleição dos diretores e vices nas instituições de ensino na rede estadual. Acreditando neste processo de democratização do espaço de aprendizagem, fazendo quórum ao intenso momento de mobilizações democráticas na época, em 2008 o decreto 11.218 foi anunciado pelo então Governador Jaques Wagner, destoante a muitas pautas do movimento estudantil, mais considerado um grande avanço, já que impôs o fim das indicações políticas para os cargos de gestores.
Na época Gilcimar Brito, presidente da AGES, entidade que foi fundamental nas mobilizações em defesa da gestões democráticas, afirmava que mesmo sendo um decreto, e que deveríamos trabalhar em um projeto de lei mais aprimorado, o que estava escrito ali traria grande problemas, tais como a base de cálculos em forma de peso maior pra a categoria de professores, mesmo sendo numericamente um dos menores segmentos, e a desvalorização dos votos dos demais segmentos, era um erro crucial que em um dado momento colocaria em risco a finalidade da gestão democrática, comprometendo os futuros gestores a possíveis constrangimentos diante das cobranças obrigatórias e programáticas dentro de sua categoria. Falando francamente, segundo Gilcimar Brito, centenas e mais centenas de gestões ficariam atrelados e reféns de professores que não horam com o exercício de suas funções na rede pública, bastava mandar suas faltas.
Três eleições já se passaram até hoje, e o que podemos constatar é justamente o que mais se temia, gestões apáticas, sem autonomia, outras centenas indicadas ou denunciadas por irregularidade e graves problemas de relações estabelecidas, onde o(a) gestor(a) que conseguiram desempenha uma excelente gestão diante das adversidades dos problemas existentes nas instituições de ensino pública, estabeleceu a sua referência junto à sociedade com muita dedicação e luta.
Diante do desafio de transformar uma escola do século 19 com professores do século 20 e estudantes do século 21, todo esforço é indispensável, onde preocupar-se com a qualidade de ensino prestado, presença de professores em sala de aula conteúdos atualizados continua sendo a prioridade, o maior desafio é reconstruir a identidade da escola pública afim de torná-la-mais que a ociosidade da rua, porem isso só se consolidará se uma gestão plena democrática e participativa for implementada, para que os mecanismos de cobranças sejam estabelecidos e respeitados independente de qual for e de onde for que os faça.

 O ano de 2015 nos troou-se uma mudança de curso dos ajustes das gestões democráticas e colocou todo o processo na marcha ré de todos os mínimos e significativos avanços até hoje conquistados. Com a extinção das Direc’s e criação dos Núcleos Regionais de Educação, assistimos o quanto ainda a quem defenda o retorno das indicações políticas.



Em especial a NRE 26 se tornou o exemplo de um grande balcão de indicações políticas, Gerenciado pelos interesses de seu atual diretor Luis Henrique, regadas após afastamento sem justificativas de centenas de gestores na capital e em toda região metropolitana, e nenhum diálogo com a comunidade das unidades escolares, estabelecido, ação está denunciada pela AGES conforme matéria a seguir: http://redeages.blogspot.com.br/2015/03/o-jogo-das-cadeiras-e-desmontagem-da.html
Diversas mobilizações aconteceram na cidade e em diversas instituições de ensino, a pauta pela implementação plena da gestão democrática retomou a agenda do movimento estudantil, que chegou a ocupar a sede da NRE 26 recentemente por suas tentativas de ingerência e eleger o movimento estudantil como seu principal adversários: http://redeages.blogspot.com.br/2015/12/estudantes-ocupam-nre-26-e-pedem-saida.html .
Foi um ano de intensas mobilizações neste sentido:

Porém não há nada que já esteja ruim que não possa piorar, essa foi a frase que melhor se encaixou na avaliação da AGES sobre as eleições para gestores realizada no dia 10 de dezembro de 2015.
Este processo, se contaminou de vícios, que por mais das diversas boas intenções quem tenha construído, o que aparenta na verdade é que todo o enredo da opera era para não dar certo. A começar sobre todas as incertezas estabelecidas, sobre como seria o processo tanto das provas avaliativas quanto do calendário e a própria forma de eleição.
E cada batida foi muito bem arquitetada, a PORTARIA Nº 9396/2015. Altera a Portaria Nº 9.127/2015, de 30 de outubro de 2015, troou-se a público um calendário eleitoral, completamente embaraçado, apertado e sem transmitir a menor certeza de que um processo eleitoral para gestor fosse construído amplamente democrático, participativo e que de fato atendesse ao necessário debate que as instituições de ensino precisam enfrentar na busca por caminhos para solucionar seus problemas diários.
E assim seguiu-se, a normativa 001 que tinha a finalidade de normatizar todo o processo, jogou sobre todo o processo mais dúvidas ainda. Uma normativa que mais parece a instalação de um processo antidemocrático, fazendo juízo ao que nos lembra esses debates que vemos por ai de estado anarquista, cada artigo e inciso da margem a diversas interpretações, onde a possibilidade de consenso sobre o que se tenta entender diminui a cada tentativa de interpretação e argumentação.
Podemos citar aqui, na nossa avaliação os mais grotescos de todos os artigos desta normativa começam a partir do capítulo V (Da Votação) do Artigo 18º ao 34º onde não se consegue estabelecer uma linha objetiva e clara sobre a participação dos segmentos. Porem de todos o mais grave e bizarro é o artigo 34º além de fazer alusão de defesa, considera o voto Nulo e Branco definidores de nulidade descartando a contagem exata dos votos Validos como resultado final de todo o processo eleitoral em uma instituição de ensino.

A procuradoria Geral do Estado e ou os advogados da secretaria de educação ou se passaram neste aspecto ou intencionalmente deixaram este artigo com outras finalidades, pois sabe-se que qualquer processo eleitoral normatizado, não considera votos nulos como votos validos com fins de contabiliza-los para resultado de uma eleição. E por isso é bom dar uma esclarecida neste ponto junto ao Superior Tribunal Eleitoral:
Ou seja não sendo eleição plebiscitária, diversas eleições foram anuladas por conta deste aspecto e deste artigo.

Outro elemento que nos causa estranheza é o arrocho do calendário acadêmico que foi completamente antecipado e mais de 90% das instituições de ensino já tinham encerrado suas atividade pedagógicas antes do dia 10 de dezembro, intencionalmente ou não isso causou uma extrema dispersão do maior segmento, o dos estudantes.

Com um calendário arrochado, o período de campanha dos candidatos a gestores quase não existiu, muitos que tem verdadeiramente compromisso com o processo fizeram de tudo, campanha nas redes sociais, ligando para os estudantes e abordagens com suas propostas pra quem iriar finalizar algo nas instituições de ensino. Os debates entre chapas, outra coisa rara foi a disputa com mais de uma chapa, mau aconteceram, uns para cumprir tabela e outros debates foram regidos de muita qualidade com propostas serias de interesse público de toda a comunidade, conduzidos por professores verdadeiramente comprometidos com a educação pública.

Por fim o resultado, comemorado por poucos, é desastroso para muitos, o segmento do movimento estudantil é um deles. A nossa impressão é que o que deveria ser a festa da democracia, se tornou um teatro ensaiado pela peça mais do mesmo, já que centenas de instituições de ensino não atingiram o quórum mínimo de validação da eleição, devido à baixa presença dos eleitores por falta de uma ampla mobilização,  e nestas instituições o Secretario Estadual da Educação tem a prerrogativa de exonerar e indicar seus novos gestores bem como fazer a manutenção dos mesmos que ai estão, ou seja trocando em miúdos o enredo da opera, esse é o retorno das indicações de gestores.

Nos entristece a volta ao passado, mais nos encorajam para restabelecer novas lutas, diante de tantas circunstancias que comprometeram este processo de eleição para gestores, a AGES estuda entrar com uma ação no Ministério Público, pedindo a nulidade do pleito decorrente as inconsistências contidas na normativa 001, o curto calendário eleitoral, e a baixa participação decorrente a uma suposta manobra de encerrar as atividades pedagógicas do ano letivo de 2015 antes da data da eleição.

Vamos defender no próximo período eleição em todas as instituições onde não houve consolidação e validação dos resultados e combater qualquer ação que nos coloque na marcha ré da histórica conquista do direito de eleger os nossos gestores.

ESCOLA LIVRE SEM DITADOR, QUERO ELEGER MEU DIRETOR!

Saudações Estudantis
Adelia Alcantara
Diretora de Políticas Educacionais da AGES
    



PLANEJAMENTO DE NOVA GESTÃO APONTA NORTE DA LUTA DOS ESTUDANTES SOTEROPOLITANOS

TOMA POSSE A NOVA DIRETORIA DA AGES

VEM QUE A UBES É PARATODXS: PEDRO CORREIA É ELEITO VICE PRESIDENTE DA UBES

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

ESTUDANTES OCUPAM O NRE 26 E PEDEM SAÍDA DE DIRETOR

No dia 04 de novembro, cerca de 150 estudantes ocuparam a sede do Núcleo Regional de Educação - NRE 26 da secretaria estadual da educação, que fica no instituto do cacau, em protesto a atitude arbitraria do diretor do núcleo Luis Henrique Botas Peixoto, que emitiu irresponsavelmente um documento endereçado a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas - UBES, com finalidade de descredenciar a representação dos estudantes de 79 instituições no 41º Congresso da UBES.

A ocupação que começou as 10:00h da manhã, foi marcada por uma forte intervenção dos estudantes, que com palavras de ordem ocuparam todas as dependências do andar. Um fato trágico que se deu foi que um funcionário, em ataque de "fúria" começou a agredir os estudantes com uma barra de ferro, e Pedro Correia, Ex-Presidente da AGES foi gravemente ferido, esta situação agravou mais ainda o clima dentro da NRE 26, a direção da AGES chamou a policia para conduzir o funcionário que fugiu do local, mais tarde localizado e conduzido a delegacia da ribeira.

Com esta situação diante desta situação, o comando da ocupação definiu pedir a todos os funcionários que encerrassem todas as atividades, e em acordo com a representante da NRE 26 Presente Professora Fatima e Rowena, o expediente foi suspenso em todo o núcleo.

Os estudantes permaneceram até as 22:30 quando Luis Henrique resolveu aparecer e assinar um documento reconhecendo o equivoco de ter tentado interferir na organização do movimento estudantil e anulando o oficio encaminhado a UBES. Foi expedido também um documento de abertura de processo administrativo e devolução do funcionário agressor ao setor de RH da secretaria estadual da educação.














Leia abaixo a integra da convocação da Ocupação:

CONVOCATÓRIA - MANIFESTAÇÃO
Estamos passando pelo processo de construção do 41º Congresso da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas UBES, que acontecerá entre os dias 12 a 15 de Novembro de 2015 em Brasília-DF. Participam deste congresso estudantes eleitos como delegado(a)s e Suplentes para representar suas instituições de ensino de todo o Brasil.
A Associação de Grêmios e Estudantes de Salvador, vem por meio deste denunciar mais uma vez a público o diretor do Núcleo Regional de Educação – NRE 26, Luiz Henrique Bottas Peixoto, que de maneira IRRESPONSAVEL emitiu um documento direcionado a UBES de uma suposta pesquisa no sistema da Secretaria da Educação com o nome dos estudantes credenciados, alegando que os mesmos não existem, um Absurdo, incabível sem precedentes!
Com isso dezenas de escolas e Colégios de Salvador e cidades do Interior tiveram a eleição de seus representantes anuladas e seus representantes não conseguiram ser credenciados para o Congresso da UBES.
A AGES e nossos representantes na Comissão Nacional de Eleição Credenciamento e Organização – CNECO 41º CONUBES apresentou recurso na mesa de credenciamento da Bahia pedindo nulidade deste parecer pois além de ser inverídico, representa uma grave intervenção do estado na organização do Movimento Estudantil em favorecimento da União da Juventude Socialista – UJS, Juventude do PC do B, mesmo Partido da pré Candidata a Prefeita de Salvador Alice Portugal.
Lembramos que a matricula dos estudantes bem como a atualização de seus dados é de responsabilidade das Instituições de Ensino, não cabendo inclusive a NRE 26 atestar a existência ou inexistência de qualquer matricula de estudantes nas referidas instituições.
Para quem ainda não conhece a pratica deste diretor citado, que é também indicação política do PCdoB e de Alice Portugal, basta acessar o link a seguir http://redeages.blogspot.com.br/…/o-jogo-das-cadeiras-e-des… onde já o denunciamos sobre suas práticas dentro do governo do estado em favorecimento de seu partido com indicações Políticas para direções de colégios em salvador.
E AGES no sentido de combater este tipo de prática vem denunciar a público mais esta situação e CONVOCA todos os estudantes das instituições de ensino que foram escolhidos para representa-las bem como os que ficaram responsáveis para organizar o processo nos colégios para uma MANIFESTAÇÃO nesta Quarta-Feira dia 04 de Novembro ás 10:00h na Sede do Núcleo Regional de Educação Profissional - NRE 26 , que fica no Instituto do Cacau, no terminal da França no Comercio, próximo ao mercado modelo. Para além de provar a existência destes estudantes, pedir a EXONERAÇÃO imediata de Luiz Henrique Bottas Peixoto.
Solicitamos que os estudantes das escolas e colégios que acompanhe os tópicos desta postagem pois estaremos divulgando a Relação de instituições de ensino que foram prejudicadas com esta manobra.
Sem, mais
Confiante nas nossas Lutas
Catarina Bahia
Presidenta da AGES


POR ASCOM AGES - RETROATIVO
EM 04 DE NOVEMBRO DE 2015

CATARINA BAHIA É A NOVA PRESIDENTA DA AGES



No dia 28 de Outubro de 2015, centenas de estudantes eleitos para representar mais de 132 instituições de ensino de Salvador, participaram do 5º Congresso da Associação de Grêmios e Estudantes de Salvador – AGES, realizado no colégio estadual da Bahia – CENTRAL.


Se credenciaram para o 5º CONAGES 348 delegadxs de 392 eleitxs. O congresso foi muito produtivo e contou com uma abertura reunindo diversos segmentos dos movimentos sociais, parlamentares e governamentais, onde tivemos a hoNra de receber como convidados, o Vereador de Salvador Gilmar Santiago, Marcelo Lemos representando o reitor da UNEB Prof. José Bits reafirmando a luta da UNEB juntamente com a AGES pela implementação do campos da UNEB no Subúrbio, uma luta de mais de 08 anos na região, tivemos também Catarina Neres, representando a secretaria estadual de Educação, Carla Almeida, coordenadora do Centro Juvenil de Ciência e Cultura – CJCC, Ana Carolina Coutinho, Fundação Palmares, Rafael Manga, representando o mandato da deputada estadual Luiza Maia, o Diretor do Colégio Estadual da Bahia – CENTRAl, Professor Cleber dentre outros convidados.

O 5º CONAGES foi regido a muito debate, formulação de opinião e ideias, além de aprovar as pautas prioritárias e suas bandeiras de lutas para a próxima gestão. Pedro Correia que encerra seu mandato neste congresso, conduziu a plenária final que aprovou diversas resoluções, como o fortalecimento das gestões democráticas nas instituições de ensino, o empoeiramento das classes de lutas segmentais da AGES, LGBT Mulheres e Negros, onde foi fundado do núcleo BLECKTUDE de negros e negras secundaristas da AGES.



Na plenária final foi inscrita uma única chapa, Os Sonhos Não Envelhecem, Ficam mais fortes, encabeçada por Catariana Bahia e Icaro Donato, Presidenta e Vice respectivamente, e contaram com a defesa de tese por Pedro Correia, Claudia Borges, Vinicius Almeida, Ralf Oliveira, iniciado o processo de votação, a tese Os Sonhos não Envelhecem, obtiveram a votação máxima em plenário, assim portanto elegendo a segunda mulher Presidenta a conduzir a AGES  pelos próximos dois anos.




POR ASCOM AGES - RETROATIVO
EM 28 DE OUTUBRO DE 2015