domingo, 3 de agosto de 2014

ESTUDANTE REBATE NOTA DA ABES NO FACEBOOK “OS INTEGRANTES DA ABES FORAM AUTORITÁRIOS E IMPEDIRAM A ENTRADA DOS ESTUDANTES DO SEVERINO NO PRÓPRIO AUDITÓRIO”

DESABAFO DE ESTUDANTE NO FACE
No dia 30 de Julho a diretoria plena da Associação Baiana Estudantil Secundarista – ABES, lançou nota de repúdio em seu perfil oficial no facebook contra a AGES, nada de construtivo para o movimento estudantil secundarista baiano é claro, mas para a diretoria da entidade estadual que há anos deixou de representar os verdadeiros anseios dos estudantes secundaristas baianos, a nota consegue influenciar na opinião da estudantada. Mas será?

No dia 1º de Agosto o estudante do CEEP Severino Vieira, Lucas Rodê, que presenciou de perto a conturbada posse da entidade estadual emitiu sua opinião através de seu perfil no facebook, o estudante que constrói o Grêmio Estudantil do Severino e participa das lutas cotidianas da Escola se mostrou indignado com a forma que os diretores da ABES se referiram ao conjunto dos estudantes do Severino, para a ABES os estudantes que constroem o Grêmio Estudantil do CEEP Severino Vieira são “racistas, homofóbicos e machistas”, acusações nada politizadas para uma entidade que se autodenomina “representar a luta dos estudantes secundaristas baianos”, mas pelo visto, só conseguem representar uma parcela minoritária do movimento estudantil baiano: eles mesmos. Rodê no seu face, de forma involuntária desmembra parágrafo por parágrafo da nota da ABES: “Nossos colegas estudantes do Severino Vieira não são homofóbicos e racistas, muito pelo contrário, no dia 30 de Julho tínhamos uma atividade pedagógica promovida pelo Grêmio do Colégio, cujo não possui vínculo partidário nenhum, e a ABES de forma autoritária impôs a realização da posse, sem o mínino de discernimento de saber se algo iria acontecer neste dia, não questionaram nem a direção do colégio, nem a nós do Grêmio se algo iria ocorrer no dia, simplesmente chegaram e entraram no auditório, inclusive impedindo a entrada de estudantes do Severino Vieira.” Pontua o estudante que prossegue: “lá dentro um protesto foi iniciado por ação involuntária dos nossos alunos que gritaram Não Nos Representa e foram rebatidas com agressões verbais e ameaças de agressão nas quais sofri três vezes por parte dos militantes da UJS, inclusive sendo puxado pela camisa ao ponto de quase rasgá-la por parte de um militante deles que vestia preto.”

TRECHO DO B.O REGISTRADO
O histórico de violência e de repressão da parte dos dirigentes da ABES a estudantes não é um fator novo, relembra o próprio Lucas Rode: “o presidente da ABES, o senhor Nadson tem uma queixa na delegacia por tentativa de agressão a uma militante da AGES, suas calúnias e as da sua associação são rebatidas com argumentos e verdades”. O fato da agressão ao qual Lucas refere-se é sobre a tentativa de agressão sofrida pela estudante Ivana Santana do subúrbio ferroviário de Salvador, no dia 28 de Julho em frente ao Colégio Estadual Edson Tenório de Albuquerque, em Paripe, o presidente da ABES tentou agredi-la com um pedaço de madeira em meio à confusão onde o principal alvo era justamente o presidente da AGES, Pedro Correia, que também é presidente do Grêmio Estudantil do Colégio Estadual Teixeira de Freitas, no centro da cidade. A tentativa gerou um Boletim de Ocorrência registrado na 5º Circunscrição da Policial contra Nadson Rodrigues que chegou a prestar depoimento, como também gerou moção de repúdio das feministas secundaristas que classificou a tentativa como “absurda e inaceitável”. O desabafo do estudante Lucas Rodê em seu próprio perfil no facebook é o reflexo do que é a ABES hoje: uma entidade dividida, superficial e sem o reconhecimento da base do movimento estudantil, a entidade que há pelo menos 15 anos atrás conseguira organizar os estudantes, hoje não passa de um conglomerado de forças políticas regadas a acordos e congressos artificiais, inclusive um deles é o citado pela própria nota da ABES, nos dias 12 e 13 de Dezembro no município de Simões Filho, no qual a AGES fez parte da bancada que se retirou do congresso justamente por não concordar com os ditames da força política que majoritariamente consegue travar os destinos da entidade que um dia já foi de luta, e a transforma numa plataforma voltada para sua autoconstrução, esquecendo que o conjunto do movimento estudantil é composto por setores muito mais amplos do que a superficialidade e os interesses singulares de uma única força política.

A AGES enquanto entidade de representação, luta e organização do conjunto dos estudantes secundaristas da cidade do São Salvador tem posição clara com relação aos ataques descabidos por parte desse setor minoritário do movimento estudantil, somos uma entidade que há 10 anos constroe organicamente o movimento secundarista soteropolitano, é claro que esse processo de organicidade e luta cotidiana ainda incomoda aqueles e aquelas que se auto proclamam “donos do movimento estudantil”, afinal, nunca precisamos estabelecer acordos políticos fajutos para construir o M.E secundarista, nosso processo de construção sempre se deu e sempre se dará na base do movimento, em cada Grêmio, em cada Escola, em cada Estudante que são os verdadeiros pilares de sustentação da existência da AGES. Podemos não ter um convênio assinado com os empresários de ônibus para taxar o Salvador Card, podemos não ter uma militância profissionalizada, mas temos acima de tudo isso uma característica fundamental para a construção da luta dos estudantes secundaristas: respeito, e é através do respeito que conquistamos os corações e mentes de cada estudante que hoje tem orgulho em fazer parte desta organização que não tem um currículum marcado por escândalos financeiros, acordos inescrupulosos e golpes.

Todo o histórico de luta que a Associação Baiana Estudantil Secundarista construiu durante as trincheiras de luta no combate ao regime militar é constantemente jogada no fundo do poço da politicagem, com uma diretoria inerte e despolitizada, a entidade segue deficiente, sem plataforma própria de luta, sem base e sem proximidade e identidade com os anseios dos estudantes secundaristas baianos, onde as forças políticas que a dirigem entendem de forma equivocada a ABES como uma espécie de “tribunal do movimento estudantil” onde eles dizem quem é reconhecido e quem não é, quando no fim das contas o reconhecimento e identidade dos estudantes termina passando muito longe de uma ABES ferida por gestões que jogaram o histórico de luta da mesma no fundo do poço.

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